A miséria do jornalismo brasileiro

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O jornalismo vive de mitologias. Com a derrubada de Collor, a mídia brasileira imaginou ter entrado na era da investigação total, mas a ilusão não durou muito. Mergulhada no pântano da conivência e do culto às personalidades vazias de conteúdo, mas ricas em formas e anedotas, a imprensa dos 500 anos ainda não se descobriu para a realidade. Permanece na virtual atualização de mitos que fazem sombra à verdade. Atolada no marketing, a mídia cada vez mais adere ao sensacionalismo, do qual nem os grandes escapam. A miséria do jornalismo brasileiro mostra, com exemplos colhidos nos veículos e nas redações, o funcionamento do único poder realmente intocável no Brasil: o dos jornalistas que gerem a visibilidade dos candidatos à glória nacional. Na era do marketing, a visibilidade vale mais do que a transparência.