O Ouro de Maniéma

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Grandes jazidas de ouro, prata, diamantes, petróleo. Dezenas de tribos em conflito, etnias disputando a hegemonia de um país recém-independente mas cuja economia continua controlada pelo capital estrangeiro. No início dos anos 60, com a destituição e o assassinato do primeiro-ministro Patrice Lumumba, o Congo mergulha numa sangrenta guerra civil, opondo a rica província secessionista de Katanga, financiada pelas mineradoras e contando com mercenários, ao poder central, apoiado pelas Nações Unidas. Um dos enviados pela ONU ao conflito foi Jean Ziegler, que três décadas depois reconstrói este horror em O OURO DO MANIÉMA.A luta travada no Congo é narrada através de dois personagens – ficcionais mas representativos daquele período. O primeiro é Thomas, um mestiço educado por brancos mas que se revolta contra eles e se une aos mineiros, empregados de uma empresa estrangeira. Para ele o fundamental é livrar o país dos resquícios do colonialismo, através da luta política e sindical. O segundo é Santos, negro que se alia aos seus inimigos brancos para um acerto de contas – aqui, a tribo tem precedência sobre a nação.Escritor e professor de sociologia em Genebra, Jean Ziegler é autor de diversos ensaios sobre política e economia, seis deles sobre movimentos de libertação e resistência cultural no Terceiro Mundo, notadamente no continente africano. Também é autor de A Suíça lava mais branco e A Suíça, o ouro e os mortos, nos quais denuncia a neutralidade suíça, a seu ver uma fraude, e a conivência do sistema bancário com o nazismo, com ditadores latino-americanos e africanos e com narcotraficantes.