Bernardo de Claraval

About this book

São Bernardo (1090-1153), é uma figura ímpar que imprimiu a sua marca em todo o século XII. Homem franzino, de saúde débil, agravada pelas austeridades a que se entregou por amor à sua vocação para o exclusivo amor de Deus. São Bernardo viveu num tempo conturbado para o qual contribuíam a mistura do temporal com o espiritual, os primeiros embates entre a fé e a razão, a degradação da Cúria romana e do episcopado, afeitos à ostentação. Acrescente-se a isso o relaxamento que tomara conta de um dos baluartes da fé que era a Ordem beneditina e que afetara um dos seus mais insignes mosteiros, o de Cluny. Bernardo é o homem de proa que reanima e expande a Ordem de Cister, fundada décadas antes para revigorar o espírito de São Bento. Faz-se cisterciense, acompanhado – tal o seu poder de irradiação – por todos os irmãos homens, pelo tio e por colegas que perfazem um grupo de trinta noviços. E no mosteiro receberá bem cedo o encargo de fundar um novo convento, do qual será abade até o fim dos seus dias e pelo qual será conhecido: Claraval.Neste livro, que reproduz com alguns acréscimos e notas um capítulo da obra de Daniel-Rops, História da Igreja de Cristo, em dez volumes (Editora Quadrante), surgem-nos a vida e os feitos daquele que seria considerado o “último Padre da Igreja” e Doctor egregius.De tantos aspectos que se poderiam destacar deste Santo, o autor sublinha a equilibrada conjunção de uma alma mística e de um homem de ação. Bernardo é o puro contemplativo que, no entanto, se ausenta do claustro para batalhar pela ortodoxia na doutrina de fé, para pacificar conflitos entre os poderosos e para imprimir ardor espiritual aos exércitos da 2ª Cruzada.Nestes tempos de “nova evangelização”, Bernardo de Claraval é o exemplo vivo do cristão que “reza porque trabalha, e trabalha porque reza”, segundo a expressão de São Josemaria Escrivá, que foi também, nos nossos dias, “um contemplativo itinerante”, arauto infatigável do amor pela oração e, como sua raiz e fruto, da dedicação ao serviço da Igreja e das pessoas no âmbito da vida e ocupações diárias.